O jovem Felipe Leitão lutou muito para chegar à Assembleia Legislativa da Paraíba. O pai, Mikika Leitão, já havia passado pela Casa, mas na condição de suplente. Felipe recebeu o mandato das urnas.
Em 2012, Felipe teve uma experiência traumática em sua então curta carreira política, quando perdeu o mandato de vereador de Joào Pessoa por compra de votos.
Na época, envolveu-se com um tal “Votinho de Ouro”, que cobrava valores de candidatos para “comprar” votos de eleitores durante a campanha. A operação foi descoberta pela Polícia Federal e a Justiça Eleitoral cassou Leitão.
Agora, sete anos depois, Felipe revive o drama, só que em circustâncias diferentes e por outro motivo. Eleito deputado estadual em outubro de 2018, O filho de Mikika mal tomou posse e já mudou de partido.
Felipe aceitou convite do deputado federal Efraim Fiñho para presidir o DEM na Capital e não pensou duas vezes: abandonou o Patriota, que lhe deu legenda para disputar o pleito, e assumiu a bandeira do Democratas.
A reação foi imediata. Amparado por orientação da Executiva Nacional do Patriota, o ex-deputado e primeiro suplente, Jamdhuy Carneiro, ingressou com ação na Justiça Eleitoral pedindo o mandato de Felipe, com base na regra da infidelidade partidária.
As partes terão que aguardar a decisão do TRE e do TSE, em caso de recurso, mas já existe jurisprudência em favor da causa de Jandhy. Aliás, foi com um processo da Paraíba que tudo começou. Em 27 de março de 2008, o TSE cassou o mandato do deputado federal Walter Brito Neto por ter trocado, ironicamente, o mesmo DEM que abrigou Felipe pelo PRB. Foi o primeiro caso de punição por infidelidade partidária do Brasil.
Na melhor das hipóteses, o jovem parlamentar exercerá boa parte do mandato com a “espada sobre a cabeça”.
Também, quem mandou deixar de ser Patriota.