A partida deste domingo (25) entre Atlético Acreano e Luverdense, pela última rodada do Campeonato Brasileiro da série C, no estádio Florestão, em Rio Branco, foi interrompida por causa da fumaça de uma queimada.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, uma densa cortina de fumaça invadiu o campo de jogo, reduzindo a visibilidade. Jogadores passaram mal e alguns usaram a camisa como máscara.
A árbitra catarinense Charly Deretti decidiu interromper o jogo e os atletas foram atendidos por suas equipes médicas. A partida foi retomada após 20 minutos de paralisação.
A fumaça foi proveniente de uma queimada no entorno do estádio que atingiu um bananal e produziu labaredas de dois metros de altura, segundo o Corpo de Bombeiros. Depois de quinze minutos de paralisação a partida foi reiniciada, enquanto os brigadistas ainda tentavam debelar o fogo.
“Está impossível trabalhar aqui nas cabines, imagine correr no campo”, disse o radialista Helton Lima, que trabalhava no jogo.
As luminárias do estádio foram ligadas mesmo ainda estando de dia, numa tentativa de aumentar a visão dos atletas em campo. Atlético e Luverdense foram rebaixados para a série D em 2020.
Na última sexta-feira (23), o governador do Acre, Gladson Cameli, publicou um decreto de emergência por causas das queimadas e pediu apoio do governo argentino para combater os focos de incêndio no estado.
Foi o mesmo governador que, em maio, orientou produtores rurais a não pagarem multas aplicadas pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre.
Não chove no estado desde o dia 24 de julho, quando foi registrada precipitação de 19 mm.
A fumaça fez disparar o número de casos de pessoas atendidas na rede municipal de saúde de Rio Branco com problemas respiratórios.
Foram 30 mil casos na primeira quinzena deste mês, um aumento de 138% se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo o secretário municipal de saúde, Oteniel Almeida. Incêndios nas últimas semanas colocaram toda a região da Amazônia em alerta.
Em Rondônia, a fumaça chegou a afetar o aeroporto. Na sexta-feira (16), o voo 3594 da Latam, que saiu de Brasília com destino a Porto Velho, não conseguiu condições de visibilidade da pista do aeroporto internacional Jorge Teixeira e o voo teve que ser desviado para Manaus (AM). Um voo da Gol, que também partiria para Brasília, foi cancelado no mesmo dia, segundo a Infraero.