Ainda na adolescência, aprendi que tudo na vida tem seu preço e que as escolhas que fazemos determinam nosso futuro. Essa regra, pelo jeito, tambèm se encaixa na política paraibana.
Vejamos o caso do prefeito Luciano Cartaxo. Até pouco tempo, Carraxo tinha ao seu lado mais de dez partidos e suas lideranças políticas, um “arsenal” suficiente para fazer o sucessor sem grandes problemas.
Rezavam pela cartinha do prefeito, o PSDB de Cássio, Cícero e Ruy Carneiro, o Solidariedade do vice-prefeito Manoel Júnior, o PRTB do deputado Eduar Carneiro, o PP de Aguinaldo Ribeiro e o MDB de José Maranhåo, só para citar os principais.
Sem contar com a maioria acachapante na Câmara Municipal, construída através das negociações eatabelecidas com esses partidos e lideranças.
Carraxo também tinha bons nomes para enfrentar a campanha eleitoral que se aproxima. Cícero, Manoel Júnior, Ruy Carneiro e Eduardo Carneiro estavam entre eles.
Mas, o prefeito descartou tudo isso e fez outra escolha. Primero, restringindo a indicação do candidato ao seu partido, o PV. Depois, restringindo ainda mais à quatro ex-secretários.
Por último, Cartaxo desprezou três ex-auxiliares (Diego Tavares, Socorro Gadelha e Daniela Bandeira), seguiu seus caprichos pessoais e recorreu a uma opção familiar que, agora se percebe, já estava definida desde o início do pricesso de escolha.
Cartaxo preferiu a confiança como critério definitivo para indicação do seu candidato, ou melhor, candidata. Não que falte competência à sua concunhada, Edilma Freire. Mas, desempenho administrativo nem sempre se traduz em desempenho eleitoral.
Apesar de ser “de casa”, a ex-secretária de Educação nunca disputou eleição e, portanto, nåo foi ainda testada nas urnas. No que pese a gestão de Cartaxo, que também não é nenhuma “brastemp”, transferência de votos é coisa rara, um feito difícil de se alcançar. Os exemplos são muitos.
Mesmo com todas essas complicações, Cartaxo parece disposto a “pagar o preço” de suas escolhas. Segue o exemplo do ex-companheiro Ricardo Coutinho que tentou, por duas vezes, empurrar “de goela abaixo” aliadas para administrar a capital do Estado e fracassou.
Nas duas ocasiões, quando indicou Estela Bezerra e depois Cida Ramos, Ricardo ostentava melhor avaliação administrativa em João Pessoa do que Cartaxo tem hoje. Mesmo assim, deu no que deu.
Mas, se Ricardo pagou caro pelos erros do passado, Cartaxo também pode.