Se enganou quem quis, mas Romero Rodrigues jamais foi candidato a governador, mesmo alimentando tal sonho. Afinal, candidato que se preza não abandonaria o maior colégio eleitoral da Paraîba. O ex-prefeito de Campina Grande, na verdade, celebrou um acordo informal com o grupo Cunha Lima, do qual fez parte atè hoje, do tipo “nós fingimos que te apoiamos e voce finge que é candidato”, até aparecer uma saída para o impasse.
Durante todo esse período de “faz de conta”, Romero veio poucas vezes a João Pessoa. Preferia visitar cidades no interior do Estado, ignorando a capital. Diferente de seu primo Cássio e até do seu tio, Ronaldo Cunha Lima, que deram atenção especial ao eleitorado pessoense a partir do momento em que foram indicados para disputar o Governo do Estado. Nos três casos, o fato aconteceu desde antes das convenções.
E a tão esperada solução para o impasse envolvendo Romero e o grupo Cunha Lima veio através de João Azevedo, que não ostenta a característica de articulador político, mas enxerga. E muito bem. João viu que a relação política no grupo de oposição não era lá “uma Brastemp” e decidiu investir no lado mais fraco.
Não deu outra. Romero não resistiu “aos encantos” do Palácio da Redenção, onde sonha estar com.mais frequência e até ocupar um dia. Aliado do governador, o ex-prefeito pode, na pior das hipóteses, garantir um mandato de deputado federal “sem colocar a mão no bolso” ou até ser indicado vice na chapa de João. Um “Negócio da China”, onde João também sai beneficiado com o esfacelamento do projeto campinense.
Os aliados mais afoitos, dos dois lados, já deram até nome á futura dobradinha: “JOÃOMERO”, uma chapa que certamente daria o que falar. Por exemplo: De que lado ficaria o prefeito Bruno Cunha Lima? E a família Ribeiro? E Veneziano?
Em princípio, a decisão de Romero deixa ainda mais fragilizada a oposição, leia-se o grupo com base em Campina Grande. Mas, pode também ser uma “faca de dois gumes” e recompor as forças oposicionistas com os governistas que não aceitam a aliança do PSD com o Cidadania.
É o xadrez da política em movimento.