O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) talvez esteja arrependido de ter entrado na disputa pela Prefeitura de João Pessoa. Desde que anunciou sua candidatura, Ricardo só tem levado bordoadas de tudo que é canto e acumulado desgaste eleitoral e pessoal. É uma atrás da outra.
Depois da enquadrada no debate de ontem à noite, quando Ruy Carneiro mostrou-se constrangido com sua presença, o socialista foi surpreendido com uma situação tão ou mais deplorável nesta sexta-feira (09). Ricardo aparece num ranqueamento sobre a rejeição de candidaturas à prefeito em todo o país.
Matéria de O Globo, mostra que Ricardo é vice-líder nesse quesito entre os candidatos à prefeito nas capitais brasileiras. Ele alcançou o estratosférico percentual de 43%, perdendo apenas para Marcello Crivella, do Rio de Janeiro, com 57%. Uma posição incômoda para quem já foi prefeito duas vezes de João Pessoa, governador da Paraíba duas vezes, além de deputado estadual e vereador.
Mas, não deixa de ser um número convincente se comprado à situação política que Ricardo enfrenta hoje, onde é acusado pela Polícia Federal e Ministério Público de comandar uma organização criminosa que teria desviado pelo menos R$ 134 milhões da área de Saúde do Estado.
A prisão, o uso de tornozeleira eletrônica e a fuga em massa de antigos aliados políticos certamente contribuíram para tanta rejeição. Coutinho ainda enfrenta duas ações no TSE que podem torná-lo inelegível e outra no TRE da Paraíba, onde o PT tenta impugnar seu registro de candidatura. Ironicamente, Ricardo tenta derrubar a candidatura de Anísio Maia e conseguir, à pulso, o apoio dos petistas para não ficar totalmente isolado na corrida sucessória.
A essa altura do campeonato, até o próprio Ricardo não tem certeza de que fez um bom negócio se candidatando.
Mas, como diria um aliado de Cícero Lucena: “Aqui se faz, aqui se paga”.