Se tem uma coisa que o sertanejo faz questão de preservar e demonstrar publicamente é sua fé e religiosidade. O ex-vereador Zezão Pires, da cidade de Catingueira, é um dos mais fiéis seguidores desta regra. Da família Pires Montenegro, uma das mais traducionais do Sertão paraibano, Zezão enviou ao blog texto em verso e prosa demonstrando sua indignação com as “aberrações” desferidas pelo homem em Deus e seu filho, Jesus Cristo, nos últimos anos.
Citou como exemplo maior fato ocorrido no carnaval do ano passado, quando insanos produziram, na passrela dos desfiles de blocos e escolas de samba, um cenário onde Jesus era arrastado pelo demônio e insinua que a Covid-19 seria uma espécie de castigo divino pela insensatez humana. A mesma passarela se sncontra hoje vazia, em pleno período de Momo, em consequência da pandemia de coronavírus que inviabilizou as festividades carnavalescas no Brasil inteiro.
Veja abaixo a íntegra do texto encaminhado ao blog:
No maior dos carnavais
Lugar que o escárnio descamba
Nós vimos há um ano atrás
Em uma escola de samba
Uma infernal zombaria
No desfile da folia
O que ninguém tinha visto.
A encenação deprimente
Do cão em forma de gente
Arrastando Jeaus Cristo.
Foi isso em 2020.
Por castigo ou ironia
Bem logo no mês seguinte
Chega a tal pandemia.
O vírus universal
Parou todo carnaval.
Talvez Deus tenha parado
Para dar um exemplo ao povo
Para não ver Cristo de novo
Arrastado e massacrado.
O Deus supremo e infinito
Ê o mesmo Deus, afinal
Das dez pragas do Egito
Do dilúvio universal.
Deus da torre de babel
Deus de Sodoma, a infiel
De Gomorra destruída.
Divino, supremo e forte
Antes de ser Deus da morte
Deus é mesmo o Deus da vida.
O vírus não quer saber
Quem é ateu ou tem fé.
Não há quem saiba dizer
Se é um castigo ou não é.
Quando um castigo aparece
Pega até quem não merece.
Por quê? Não sei explicar
Só Deus da verdade e dono
À Deus eu nunca questiono
Só sei temer e adorar.