Médicos da rede municipal de saúde que estão na linha de frente no atendimento e tratamento de pacientes com covid-19 tiveram um acréscimo de 40% em seus contracheques. A medida foi anunciada pelo secretário Adalbeto Fulgência e oficializada pelo prefeito Luciano Cartaxo, através de decreto.
Nada mais justo, uma vez que, sem os médicos, seria impossível dar conta da demanda de casos da doença registrada em João Pessoa. Trata-se, portanto, de reconhecimento a um trabalho essencial para garantir o bem estar da população.
O que ninguém entendeu, até agora, foi a “indiferença” de Cartaxo e Julgêncio” em relação a outros profissionaiscde saúde como maqueiros, socorristas, técnicos de enfermagem e, principalmente, os enfermeiros.
Todos estão lidando diretamente com a doença, correndo os mesmos riscos que os médicos e com objetivo idêntico: salvar vidas. Mesmo assim, não tiveram aumento de um só real nos contracheques.
Se Cartaxo e Fulgêncio acham que o trabalho dos médicos é superior, que pelo menos se dignem em reconhecer que o esforço diário dos demais profissionais é necessário. Mas, simplesmente “desprezar” é coisa de quem não está muito preocupado com a saúde publica.
Em toda gestão administrativa, a base é determinante para a eficiência e o sucesso, principalmente nas áreas essenciais. Na Educacáo, por exemplo, as escolas precisam de porteiros, merendeiras e outros funcionários. Só com os professores, não funcionam à contento..
Na Segurança Pública, é imperativo o trabalho de carcereiros, escrivãos, peritos e outros. Ou funciona só com delegados e comandantes de batalhões?
Da mesma forma, a Saúde não cumpre efetivamente sua missão sem a base. Parece que só Cartaxo e Fulgêncio não entenderam ainda essa regra. Ou entenderam e preferem discriminar, renegar, desconhecer….
Seja qual for a situação, não é nada saudável um gestor – aliás, dois – tratar servidores com tanta falta de respeito.
Muito menos de uma área tão importante como a Saúde,. Ainda mais em época de pandemia.