O governador João Azevedo tem evitado, o quanto pode, assumir qualquer responsabilidade sobre o suposto afastamento do ex, Ricardo Coutinho. Em duas ocasiões, João amenizou as críticas que recebeu em Cajazeiras, final de semana passado, na primeira “reprimenda” pública desferida por seu antecessor.
Da primeira vez, em Guarabira, o governador ignorou as críticas, pregou a continuidade, e fez questão de lembrar que não “caiu de paraquedas” no projeto socialista, mesmo atuando durante todos esses anos apenas como técnico nas gestões de Ricardo, seja na Prefeitura de João Pessoa ou no Governo do Estado.
Na outra ocasião, na manhã desta sexta-feira (31), João foi novamente abordado sobre o assunto. Respondeu a todas as perguntas, sempre deixando claro que sua relação com o ex, se não é uma “branstemp” também não é de jogar fora. Mas, por outro lado, João voltou a lembrar das “diferenças” entre ele e Ricardo, na maneira de administrar e de gerir o projeto socialista. “Cada um tem a sua marca, mas não há problema nisso”, garantiu.
Além dos “dribles” que tem dado nas investidas do seu principal aliado, João tem deixado claro que não abre mão do G10, grupo de deputados da base que Ricardo Coutinho quer distanciar do Palácio da Redenção. Só não disse ainda o motivo. Mas, não é difícil imaginar. Talvez o G10 seja hoje o único apoio certo que tem o atual governador. Mesmo votando contra algumas matérias de interesse do Executivo.
No PSB, João provavelmente não teria chances contra Ricardo. Pelo menos é o que parece. Na Oposição, como o próprio nome preconiza, também não haveria compatibilidade, digamos assim. Então, restaria ao atual governador recorrer ao “grupo independente”, que poderia ser ampliado, em caso de expansão das “diferenças” entre as duas principais lideranças socialistas.
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando, ensina a sabedoria popular que João tanto respeita.