O governador eleito deu a dica. Na coletiva deste domingo, pouco depois de encerrada a votação que o consagrou nas urnas, João Azevedo disse que o atual governador, Ricardo Coutinho, terá “outra missão” pela frente e não poderia, caso convidado, integrar o secretariado da futura gestão socialista na Paraíba. O blog decidiu investigar essa “outra missão” e descobriu, em contato com aliados de Ricardo, que o PSB projeta transformar o paraibano em ministro, caso o petista Fernando Haddad seja eleito presidente da República.
A intenção seria indicar Ricardo como representante do Nordeste, região onde Haddad obteve maioria de votos contra Jair Bolsonaro, candidato ao PSL com que também disputará o segundo turno. Pela liderança que ele exerce hoje na região, após levantar diversas bandeiras em favor dos estados nordestinos, inclusive “peitando” o governo de Michel Temer, e pelo apoio dado ao PT, desde o impeachment de Dilma, passando pela candidatura impugnada de Lula, até a vitória de Haddad na etapa inicial nas urnas da Paraíba.
Além disso, Coutinho teria a seu favor o fato de ter o PT como parceiro administrativo e eleitoral. Após muitas turbulências, Luiz Couto foi candidato a senador na chapa socialista. Não se elegeu, mas ficou a frente do senador tucano Cássio Cunha lima, principal adversário do atual governador, que não conseguiu se reeleger.
Não por acaso, no primeiro pronunciamento público após a vitória de João Azevedo, Ricardo convocou a militância socialista e os aliados para uma “cruzada contra a barbárie”, referindo-se ao segundo turno entre Haddad e Bolsonaro. E deixou bem claro que quer também o empenho dos parlamentares eleitos e não eleitos do seu grupo em busca de votos para o petista.
Se os socialistas já estavam pedindo votos para o candidato de Lula, agora contam com mais um motivo importante para reforçar a campanha.