O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Miguel Carlos Cagnoni, criou o Comitê de Gerenciamento de Crise com a finalidade de implementar ações de resgate e melhoria da imagem da instituição e, ao mesmo tempo, nomeou o presidente da Federação de Esportes Aquáticos da Paraíba, deputado Ricardo Barbosa, para coordená-lo. O comitê é fruto de pressão de dirigentes das federações estaduais, que pleiteiam maior participação das entidades na gestão da Confederação, que passa por grave crise financeira.
O comitê foi criado quarta-feira, em São Paulo, após reunião de Cagnoni com representantes de 12 federações estaduais e vai deliberar, junto com a presidência, “ações de resgate e melhoria da reputação, credibilidade, imagem e recuperação econômica da instituição”.
Segundo Ricardo Barbosa, a finalidade é tentar salvar a mais importante confederação de esportes amadores do país da iminente insolvência. Todos os presidentes das federações estaduais, por unanimidade, resolveram aquiescer à formação desse Comitê, “única forma de buscar saída para o caos em que se encontra a entidade”.
“Somos conscientes das dificuldades e da imensidão da crise, mas o nosso desejo e de todos os 26 outros presidentes de federações de todo o país é de tentar salvar não somente a nossa entidade representativa mas, sobretudo, os esportes aquáticos nacionais que também estão sendo afetados. Portanto, conjuntamente com a atual diretoria da CBDA, vamos estabelecer um política de gestão colegiada, a fim de buscarmos as saídas para a maior crise da história dos esportes aquáticos no país”, anunciou Barbosa.
Afundada em dívidas, sem poder receber dinheiro da Lei Agnelo Piva e sem o patrocínio dos Correios desde o fim de janeiro, a CBDA agora terá de pagar uma multa à estatal de cerca de R$ 2 milhões por descumprimento de rubricas contratuais. A entidade decretou regime de home office em abril aos funcionários e está com sua sede, localizada no Centro do Rio, fechada para economia de água, energia e outros insumos.
A crise na natação começou depois da Olimpíada do Rio. No início de 2017, foi decretada a intervenção da CBDA e o banimento de seu presidente, Coaracy Nunes, que ficou 29 anos no poder. O antigo mandatário e outros dirigentes chegaram ser presos em uma operação do Ministério Público Federal, mas hoje respondem às acusações em liberdade. Cagnoni, que era presidente da Federação Aquática Paulista, venceu a eleição no mesmo ano, mas enfrentou uma série de problemas como desencontros com a federação internacional, a Fina, o bloqueio das verbas da Lei Agnelo Piva e, em janeiro deste ano, o fim de sua principal fonte de renda, o patrocínio dos Correios.
A CBDA, então, teve de reduzir drasticamente seu número de funcionários e deixar sua sede – há cerca de quatro meses, os empregados que restaram trabalham de casa, em regime de “home office”.
O comitê criado é composto, ainda, pelos presidentes das Federações do Rio de Janeiro, Celso Campos de Oliveira; da Bahia, Diego Rocha Albuquerque; do Paraná, Ivo Piovezan Filho; de Pernambuco, Marcelo Falcão; e de São Paulo, Marcelo Biazoli, além do vice-presidente da Confederação, Luiz Fernando Coelho.
Com Assessoria