O ex-governador Ricardo Coutinho disse estar arrependido de ter indicado João Azevêdo para a eleição de governador da Paraíba. Em entrevista à rádio Sanhauá, nesta sexta-feira (13), o investigado da Operação Calvário, além de questionar a operação, as denúncias e membros do Ministério Público, declarou que houve mentira e que viu as digitais de João na denúncia contra ele.
Questionado se estava arrependido de João Azevêdo como seu sucessor, Ricardo resumiu: “Evidentemente. Além da questão da escolha, tem a questão do caráter. Eu li a denúncia de prisão contra mim e encontrei ali na denúncia as digitais do atual governador do Estado. Eu encontrei ali dentro, por exemplo, uma afirmação de que eu teria imposto um nome. A coisa não foi assim, ela foi deturpada. Como ninguém ouviu oficialmente ninguém, a coisa foi repassada. E esse diálogo foi entre eu e ele.”
Ricardo Coutinho disse ter muito pesar em falar sobre o Governo do Estado e disse que a atual gestão vive dos restos de seu governo entre 2010 e 2018. “No caso do Governo do Estado, tenho um profundo pesar em falar sobre isso. O atual governo sobrevive dos restos do meu governo. Inaugurou ontem uma escola em Santa Cruz. Eu construí a escola.”
O ex-governador disse que queria de João Azevêdo que ele não se curvasse a ninguém. “A única coisa que eu queria era que ele continuasse o projeto e sem se curvar a quem quer que seja e, ao mesmo tempo, respeitando os parâmetros que o povo elegeu.”
Ricardo também comentou sobre o que chama de perseguição. “Quem muda a política como nós mudamos, não tem como sobreviver. Por maior que seja o cerco, por maior que seja a perseguição… Cadê as provas? As pessoas começam a se perguntar. Não vai ter governo na Paraíba, que tenha chegado tão perto dos municípios como o nosso.”
O ex-gestor também falou sobre o Cidadania. “Esses que estão indo para o Cidadania, já tinham ido há muito tempo. São aqueles que acham que meia dúzia de prestador de serviço dá voto. O governo (atual) está vivendo dos restos do governo Ricardo Coutinho. O que tinha de bom, eles estão esvaziando, tirando a alma e deixando só a carcaça. Eu acho que o poder atrai muita gente. Eu sei que tem gente que é de ocasião, daqui a pouco vão querer estar junto de novo.”
Ricardo também declarou que o governo João Azevêdo ficou refém da ALPB. “O governo ficou refém da Assembleia e não consegue ter mais nenhum tipo de protagonismo. Acho que esse negócio de impeachment, é preciso ter muito cuidado com isso.”
Com Clickpb