O resultado da eleição de governador, neste domingo, trouxe novos elementos para a história política da Paraíba. Ricardo Coutinho, por exemplo, se consolidou como a maior liderança individual local, se projetando também no plano regional. Com uma gestão equilibrada e uma mídia eficaz, o socialista vem trabalhando em busca de tal reconhecimento desde o primeiro mandato, quando chegou a ser cotado, dentro do PSB nacional, para disputar a sucessão presidencial de 2018. Ricardo foi citado também como alternativa para vice, numa eventual candidatura de Lula.
Os números, por si só, já justificariam o crescimento da liderança de Ricardo. O grupo político que comanda elegeu 22, dos 36 deputados estaduais, e seis dos 12 federais. Ficou também com uma das duas vagas ao Senado Federal e com o Governo do Estado. Fez “barba, cabelo e bigode”, como se costuma rotular vitórias tão acachapantes.
Mas, além dos números, outro importante componente deve ser levado em conta nessa apoteótica ascendência do socialista. Ricardo, João e companhia derrotaram, de uma só vez, duas das maiores lideranças políticas paraibanas: os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e José Maranhão (MDB). De quebra, João ainda alcançou uma marca inédita: bateu seu principal adversário nas urnas por uma diferença superior a 600 votos, o dobro do até então recordista ex-governador Tarcísio de Miranda Burity que, em 1986, venceu Marcondes Gadelha por 300 mil votos de diferença e assumiu o Palácio da Redenção pela segunda vez.
João também superou a casa de 1 milhão de votos: foram 1.119.758 contra 450.525 de Lucélio Cartaxo (PV) e 335.604 de José Maranhão (MDB).
Ricardo e João, juntos, ainda quebraram um velho tabu: Ricardo seria bom de urna, mas não conseguia transferir votos para seus candidatos.
Será que alguém ainda duvida?