Muita gente acha que o ex-governador Ronaldo Cunha Lima era campinense. Na verdade, ele nasceu em Guarabira, no Brejo paraibano, dia 18 de março de 1936. Se vivo estivesse, o poeta completaria 85 anos nesta quinta-feira (18).
Foi a Rainha da Borborema – e não sua terra natal – que projetou Ronaldo em nível nacional, seja na política ou na poesia. Com apoio dos campinenses, o filho de Guarabira se elegeu prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador da República e governador.
Também foi de lá, da Serra da Borborema, que Ronaldo partiu para participar de concursos nacionais de poesia, festivais e até cantorias, onde sempre fazia questão de declamar versos e falar sobre o paraibano Augusto dos Anjos, sua principal referência e inspiração.
Não por acaso, em todas as ocasiões Cunha Lima dava um.jeito também de demonstrar seu amor por Campina.
O misto de politico populista e poeta popular lhe valeu fama e não faltaram convites para entrevistas pelo Brasil afora. Em muitas delas, Ronaldo narrava fatos inusitados de suas campanhas eleitorais.
Um deles, era frequente: quando começava a falar em palanque, o candidato era interrompido por eleitores/fãs pedindo discurso em versos. De olho na fama e nos votos, Ronaldo sempre caprichava no “ofício poético” para alegria das entusiasmadas platéias. E tudo terminava em festa.
“O amor à Campina era único. Amanhã (hoje), meu pai, nosso poeta, completaria 85 anos se vivo estivesse. Ouvi-lo (e vê-lo) é a melhor forma de homenagear sua memória”, afirmou o filho e também ex-governador, Cássio Cumha Lima.
O vídeo que encabeça esse artigo mostra uma das muitas entrevistas concedidas pelo poeta. Nela, Ronaldo Cunha Lima relata fatos curiosos de campanhas eleitorais e, é claro, responde à perguntas em versos.
Ronaldo faleceu dia 07 de julho de 2012. São, portanto, quase nove anos de saudade. Sua imagem continua viva na memória dos paraibanos e em documentários como a entrevista concedida ao programa “Memória Viva”, da TV Universitária do Rio Grande do Norte, em 24 de fevereiro de 1989, exposta no vídeo acima.
“O poeta partiu, ficou sua história
Até hoje guardada em nossa memória
Uma história de dedicação e amor à Campina
Que desde o início parecia sina
Ronaldo, de muitas glórias políticas
De muitas alegrias aos paraibanos
Filho que Campina adotou e criou
E hoje amarga a saudade de nove anos”.