Não é só o atraso de cinco anos que chama atenção no julgamento da AIJJE do Empreender, previsto para iniciar nesta quinta-feira (11). Cabe frisar também o caráter decisivo para o futuro político do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que pode se tornar inelegível por oito anos.
A condenação pode derrubar o favoritismo de Ricardo Coutinho para 2020 e ainda tirá-lo da disputa eleitoral de 2022, quando poderia tentar um terceiro mandato de governador.
Mas, o julgamento do TRE pode também ser encarado como “uma faca de dois gumes”. A Oposiçåo aposta, por razões óbvias, na condenação. E se o resultado for adverso e Ricardo for inocentado? Muda totalmente o cenário. Ao invés de inelegível, o ex-governador paraibano se tornaria imbatível.
Mesmo com a condenação, não seria o fim para Ricardo. Restariam ainda recursos que podem demorar a ser julgados tanto quanto a ação principal demorou. Em caso de derrota em última instância, poderia o socialista apoiar um aliado e usar a vitimação como instrumento de campamha, buscando repetir o feito da ex-deputada Lucia Braga em 1992, quando elegeu Chico Franca prefeito da Capital após ter candidatura cassada.
Por enquanto, só conjecturas.