Pedras de Fogo, localizada na região metropolitana da grande João Pessoa, pode ser a primeira cidade paraibana a solicitar a presença de tropas federais para garantir a segurança e licitude das eleições municipais de 2020.
Um cenário de violência e ameaças tomou conta da cidade desde que a Oposição lançou candidato para enfrentar o poderoso esquema político do prefeito Dedé Romão (Cidadania). Pode até ser coincidência, mas, por via das dúvidas, aliados do candidato de Oposição, ex-prefeito.Manoel Júnior, do Solidariedade, preferem não arriscar e já discutem a possibilidade de solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral o envio de homens do exército para evitar que o clima de tensão e pressão se alastre.
O episódio mais recente ocorreu nesta quinta-feira (18), quando um rapaz identificado como Yuri estava ouvindo música na calçada de casa e foi agredido por um grupo comandado pelo secretário de Administração municipal Arthur do Canto, segundo Boletim de Ocorrência registrado na delegacia local.
Músicas parodiando a situação financeira entre os candidatos de Oposição e da Situação, apoiado pelo atual prefeito, teriam provocado a ira e as agressões verbais e físicas por parte dos aliados de Dedé Romão. O equipamento de som (caixa) de Yuri também foi quebrado.
O trecho de uma das paródias afirma: “Eu quero o liso”, numa referência indireta ao candidato de Oposição, Manoel Júnior. O “rico” seria o candidato de Situação, Lucas Romão, sobrinho do prefeito.
O tio do suposto agressor-secretário, Luiz Carlos, achou pouco e mandou áudio ao.pai da vítima ameaçando destruir o som de Yuri, caso ele continuasse a tocar as músicas alusivas à campanha eleitoral em Pedras de Fogo.
Além de registrar B.O, a vítima gravou um vídeo onde mostra hematomas pelo corpo, que teriam sido provicados pelas agressões, e cobrou providências das autoridades locais e estaduais para evitar que o caso se repita.
Para quem não lembra, a Justiça Eleitoral já investiga denüncia de compra de voto feita pelo promotor Marinho Mendes contra o sobrinho do prefeito, Lucas Romão, e o presidente da Câmara Municipal, Ninho da Mangueira.
A dupla teria participado, de acordo com a denúncia, de suposta negociata oferecendo uma moto em troca do apoio político de um vereador. O promotor determinou abertura de representação eleitoral e levou o caso ao TRE.
O episódio ficou conhecido por “Dança da Motinha”, numa alusão ao famoso funk dos anos 80/90 que embalou bailes nas periferias de todo Brasil. A música, aliás, é uma das preferidas da militância de Oposição em Pedras de Fogo.
O clima tenso e a pressão contra eleitores levou o candidato de Oposição a acionar o setor jurídico de campanha para que avalie, o quanto antes, a possibilidade de pedir tropas federais ao TRE.
“É inconcebível essa situação. Vivemos numa democracia, onde o povo tem direito de se expressar seguindo a legalidade. É o que a nossa militåncia tem feito. O outro lado só responde com truculência e violência temos que dar um basta nisso. Deixem o eleitor escolher seus candidatos. Violência só gera violência”, protestou Manoel Júnior.
Mesmo com as ameaças, a militância de Oposição garante que vai continuar nas ruas em defesa de mudança. E já prepara uma.nova paródia musical, cujo refrão diz o seguinte : “Quem não gosta de música, bom sujeito não é…”, alusivo ao enredo de conhecido samba.
O blog fica à disposição do prefeito Dedé Romão, do seu sobrinho Lucas Romão, do presidente da Câmara Mubicipal, Ninho da Mangueira, e dos demais citados para, se assim desejarem, contestação das denúncias ou representação de defesa.
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