Nonato Bandeira trabalha para mudar a atual dire��o do PPS na Paraiba

Quem pensa que, por ser mulher, a deputada Gilma Germano teme enfrentar advers�rios na luta pelo controle do PPS est� redondamente enganado. Gilma garante que est� pronta para “bater chapa” com Nonato Bandeira, vice-prefeito de Jo�o Pessoa, que representa a ala dissidente do partido.

“Acho que n�o tem outro jeito. Estamos prontos para bater chapa. Vamos em frente”, disse a deputada, ao deixar o plen�rio da Assembleia Legislativa em dire��o ao seu gabinete.

Apesar do curto di�logo, deu para perceber que a atual presidente do PPS est� confiante na renova��o do mandato, durante a conven��o prevista para setembro pr�ximo. Tanto que levou os tr�s prefeitos do partido a dar declara��es de apoio � reelei��o de Ricardo Coutinho.

O PPS da Para�ba � dividido em dois grupos. O de Gilma Germano � aliado do governador e o de Nonato Bandeira segue a orienta��o do prefeito da Capital, Luciano Cartaxo (PT). Bandeira tamb�m j� descartou acordo para composi��o do novo diret�rio estadual.

Santiago tem dificuldade para viabilizar candidatura ao Senado

Se for por vontade do presidente Lula, tudo bem. Eles ser�o bem vindos. Mas, como filiados. Como candidatos, � outra coisa. Foi o que disse o prefeito de Jo�o Pessoa, Luciano Cartaxo, ao ser questionado hoje sobre a poss�vel filia��o do ex-senador Wilson Santiago e seu filho, deputado federal hom�nimo, ao PT.

A declara��o foi interpretada como um veto superficial. Ou seja, para ingressar no PT os Santiago teriam que provar o interesse real de Lula e ainda entrar como soldados, seguindo as diretrizes partid�rias.

Al�m disso, a vontade pessoal do ex-senador, mesmo referendada pelos prefeitos e lideran�as que supostamente o acompanhariam em dire��o ao PT, seria insuficiente para lhe garantir vaga na chapa majorit�ria em 2014. Uma eventual candidatura dependeria do partido. Wilson Santiago ficaria em situa��o semelhante a que vive hoje no PMDB, onde � ref�m da dire��o da legenda.

Cartaxo conhece o o PT como ningu�m. Sabe das dificuldades para algu�m, do tipo Santiago, convencer a milit�ncia. E, sem apoio da milit�ncia, dificilmente ter� aval da dire��o. A menos que Lula queira intervir e impor suas pretens�es, o que n�o seria aconselh�vel para nenhuma das partes.

Ao contr�rio do governador Ricardo Coutinho (PSB), que tem dificuldades para conseguir maioria na Assembleia Legislativa, o prefeito Luciano Cartaxo (PT) enfrenta oposi��o de apenas dois dos 27 vereadores.

Mesmo assim, pretende fazer sua primeira presta��o de contas nesta ter�a-feira, na C�mara Municipal, durante a sess�o de reabetura dos trabalhos legislativos.

Apesar do pouco tempo de mandato, o prefeito garante que tem muito a mostrar aos vereadores, entre projetos e investimentos transformados em benef�cios para a popula��o. Pelos c�lculos da Prefeitura, nesses dois primeiros meses foram liberados nada menos que R$ 21 milh�es para custear obras em diversas �reas da cidade.

Desse total, pelo menos R$ 17 milh�es foram destinados � constru��o de onze creches, duas Unidades de Sa�de da Fam�lia e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Outros cinco milh�es foram liberados para o recapeamento asf�ltico da orla mar�tima e interven��es em avenidas importantes como a Epit�cio Pessoa, para melhorar o tr�nsito.

A inten��o de Cartaxo, segundo sua assessoria, � entregar � popula��o um pacote de obras nos cem dias de sua gest�o, incluindo essas j� citadas e outras que ainda est�o sendo projetadas.

Como se pode ver, o prefeito ter� mesmo o que mostrar nesse curto per�odo de mandato. Com isso, espera conseguir apoio dos aliados e o reconhecimento da oposi��o para avan�ar mais ainda na implanta��o de suas propostas.

Al�m do apoio, Cartaxo pretende pedir tamb�m sugest�es dos vereadores, incluindo os integrantes da min�scula bancada oposicionista.

Durval Ferreira deve presidir sess�o de reabertura dos trabalhos

Luciano Cartaxo avisou, quando ainda era candidato, que as diverg�ncias internas do PT n�o teriam reflex�o em sua gest�o, caso fosse eleito. Agora, prefeito, Cartaxo n�o s� reafirmou o que disse em campanha como alertou seus auxiliares quanto ao risco de misturar pol�tica com administra��o.

Mesmo assumindo a bandeira petista, Cartaxo deixou claro que n�o permitir� que o processo de escolha dos dirigentes do seu partido, em plena ebuli��o, interfira no andamento da gest�o municipal. “Sou prefeito e tenho minhas posi��es dentro do PT. Espero que os secret�rios tamb�m saibam separar as coisas”, alertou o petista.

Ontem, Cartaxo visitou o “Trauminha”, em Mangabeira, com secret�rios e determinou medidas emergenciais para melhorar o atendimento ao p�blico. O alvo inicial foi o setor de fisioterapia que dever� ser liberado aos usu�rios dentro de alguns dias.

“O prefeito espera que seus auxiliares, inclusive companheiros do PT, saibam priorizar o trabalho administrativo em rela��o �s diverg�ncias partid�rias”, definiu um graduado assessor de Cartaxo.

Se algu�m duvidar, � s� agir de forma diferente.

Cartaxo avisa que n�o permitir� interfer�ncia em sua gest�o

Apoio de prefeito nem sempre � sin�nimo de vantagem eleitoral para candidato majorit�rio. Pelo menos dois aspectos devem ser levados em conta numa avalia��o fria dessa rela��o. O primeiro � a contrapartida oferecida em troca do apoio e o outro � a situa��o (aceita��o) dos prefeitos junto � popula��o de seus munic�pios.

No primeiro caso, principalmente faltando mais de um ano para as elei��es, pode-se questionar at� que ponto os prefeitos transformar�o declara��es p�blicas de agora em apoio pr�tico aos candidatos durante a campanha.

N�o � novidade na Para�ba prefeito prometer votos a determinados candidatos e mudar de lado, de acordo com suas conveni�ncias, mesmo tendo recebido o que lhes foi prometido. Nos casos onde n�o receberam, ent�o, nem se fala.

Em rela��o ao segundo aspecto, um gestor sem aceita��o popular pode muito mais prejudicar a campanha do que ajudar. E nesses tempos de “vacas magras”, s�o poucos os prefeitos paraibanos de bem com seus mun�cipes. Muitas vezes � mais vantagem para um candidato ter apoio da oposi��o.

De qualquer maneira, apoio � apoio. � melhor contar com possibilidades de amplia��o das bases do que caminhar sem perspectivas. Nesse aspecto, quem est� buscando elastecer o futuro palanque tem toda raz�o.

Venhamos e convenhamos, o ex-prefeito de Jo�o Pessoa, Luciano Agra, pode at� chegar � condi��o de candidato a governador ou a senador pelo PT, caso decida se filiar ao partido. Mas, se isso ocorrer, ser� muito mais por falta de op��o do que propriamente por densidade eleitoral.

Tudo bem que Agra ajudou a eleger o prefeito Luciano Cartaxo em Joao Pessoa, ano passado, mas isso foi coisa circunstancial. Ou algu�m esquece que o ex-socialista ganhou de presente a prefeitura da Capital de Ricardo Coutinho? Para os que quiserem me chamar apressadamente de ricardista, me atrevo a fazer outro questionamento: quem esquece que Agra nunca disputou elei��o, nem muito menos foi votado?

Com todo respeito ao ex-prefeito, mas acho um pouco exagerado ele arvorar-se de “lideran�a” capaz de “convocar ou convidar” lideran�as, como o senador C�ssio Cunha Lima, para discutir as elei�es de 2014. N�o que ele n�o tenha direito. Qualquer um tem. Mas, n�o com o “cacife” que est�o atribuindo a Agra. Repito: com todo respeito que tenho ao ex-prefeito.

Se o PT decidisse, por exemplo, investir no prefeito Luciano Cartaxo, preparando-o para 2014, por acaso o nome de Agra estaria em evid�ncia como agora? � outra pergunta atrevida que fa�o aos aliados do ex-prefeito.

Acho que o nome de Agra seria uma boa alternativa para a chapa majorit�ria das oposi��es, ou mesmo do pr�prio PT, mas dentro de suas limita��es. Afinal de contas, ele representa um contraponto ao governador Ricardo Coutinho, alvo principal dos oposicionistas.

Mas, n�o para comandar. Seria um bom vice ou at� uma op��o para o Senado. Como diria o nosso Galv�o Bueno: J� seria de bom tamanho.

Mesmo sem mandato, Agra tenta conduzir oposi��es na Para�ba