O próprio prefeito Luciano Cartaxo já havia avisado: não teria como conceder reajuste nos moldes reivindicados pelo funcionalismo público municipal. Mas, daria o que fosse possível pagar. Foi o que aconteceu. Ao anunciar os 8% de aumento salarial, Cartaxo cumpriu a promessa de beneficiar os servidores, inclusive com percentual acima da inflação.
O problema é que reajuste salarial para servidores públicos já não causa tanta euforia como antigamente, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Falta de caixa e mecanismos de controle dos gastos públicos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, acabaram com o principal sonho do funcionalismo, que passou a apostar mais em benefícios como férias e 13º para pagar dívidas ou planejar investimentos.
O que era motivo de comemoração, agora é causa de frustração, inclusive para os próprios gestores que tinham na concessão de aumentos um trunfo importante para conquistar a simpatia e – é claro – o voto de seus funcionários. Os trabalhadores sempre acham que merecem mais. Os gestores concordam, mas não conseguem convencê-los quanto aos impedimentos financeiros, orçamentários e legais.
O governador Ricardo Coutinho deu um reajuste linear de 3% aos servidores estaduais e, no caso de algumas categorias, percentuais bem melhores que o anunciado por Cartaxo. Mesmo assim, só recebeu críticas. O prefeito pessoense anunciou hoje 8% de aumento para os barnabés municipais, que só comemoraram o fato de receberem um percentual acima dos colegas estaduais.
Se for citar os servidores federais… Bem, é melhor nem citar.
Reajuste salarial de 3% ou 8% pouco significa, em termos de ganhos concretos, nos contracheques dos servidores. Na folha de pessoal, entretanto, o impacto é milionário e pode até inviabilizar o pagamento de todo funcionalismo de uma cidade, estado ou país.
Não por acaso, a reação dos funcionários públicos, diante do anúncio de um aumento, é quase sempre crítica.
Cartaxo anuncia reajuste para servidores (Foto da Internet)