A prefeita de Pombal, Pollyanna Dutra, renovou apoio que vinhando dando ao governador Ricardo Coutinho (PSB), com quem mantém parceria administrativa. Nada demais, não fosse Pollyanna filiada ao PT. De imediato, a direção do partido anunciou “pronunciamento” sobre o caso, conforme entrevista do presidente do diretório estadual, Charlinton Machado, ao portal Wscom, do veterano e competente jornalista Walter Santos.
Até ai, tudo bem. O PT tem diretrizes e decidiu, em suas instâncias, fazer oposição ao atual governador, decisão esta que deveria ser seguida por todos os filiados, independente de mandato. Deixar que um ou outro descumpra essa regra seria permitir a desmoralização do próprio partido. E isso seus dirigentes não querem. Nem os filiados, supõe-se.
Partindo dessas iniciais, a prefeita Pollyanna Dutra tem tudo para ser devidamente punida pelo PT. Mas, infelizmente não é só ela que descumpre as regras partidárias. O deputado federal Luiz Couto é dissidente assumido das decisões do PT desde 2010, quando votou no mesmo Ricardo Coutinho que hoje é governador, ignorando aliança do seu partido com o PMDB e a candidatura do companheiro Rodrigo Soares a vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-governador José Maranhão.
Couto “peitou” o PT e continua livre, leve e solto para fazer campanha e votar na reeleição de Ricardo, sem ser incomodado pelas instâncias partidárias. Seu prestígio em Brasília, na direção nacional do PT, é suficiente para burlar qualquer regra que venha a tirá-lo dos braços do socialista, mesmo sendo o atual governador adversário da presidente Dilma Roussef.
Em suma, se o PT quer moralizar a coisa, tem que se “pronunciar” primeiro sobre Luiz Couto que, coincidentemente, conta com os votos da prefeita Pollyanna, em Pombal. Se for só para “fazer graça” em cima dos pequenos, é melhor continuar fingindo que nada está acontecendo, como faz em relação a Couto, e deixar cada um decidir o seu rumo.