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Com apoio irrestrito do presidente Michel Temer, de quem é amigo pessoal, o senador José Maranhão deve ter o comando do PMDB da Paraíba ratificado nesta segunda-feira, durante reunião da executiva estadual do partido. Maranhão já mostrou que, se depender da direção nacional, a legenda continua em suas mãos. O senador Raimundo Lira está ciente da situação, bem como a família Motta (Hugo, Nabor e Francisca). Todos devem permanecer no PMDB sob a batuta do ex-governador.
A perspectiva não é a mesma em relação ao deputado federal Veneziano Vital do Rego, que vem dando demonstrações claras de descontentamento com o PMDB. Veneziano, aliás, há muito tempo não vem agindo como peemedebista, seguindo a cartilha do governador Ricardo Coutinho (PSB), adversário do partido. Lira, Hugo Motta, Nabor Wanderley e Veneziano tentam, a todo custo, tomar a presidência de Maranhão para entregar o partido novamente a Ricardo.
Além das ações em favor de mudança no comando local, Veneziano vem contrariando também o PMDB nacional. Votou contra o projeto de Terceirização, do Governo Temer, e brada aos quatro cantos que deve adotar mesma postura em relação à Reforma da Previdência, outra matéria fundamental dentro das medidas de ajuste econômico do Planalto. Ou seja, talvez o Cabeludo só precise de mais um motivo para deixar o partido antes de ser expulso. E pode ser o resultado dessa reunião.
Mesmo que o quadro acima venha a se concretizar, não será surpresa se a “dissidência” no PMDB persistir durante a campanha eleitoral, mas de maneira informal. Como aconteceu em 2014, quando a candidatura de Vital do Rego, irmão de Veneziano, foi boicotada por setores do partido. Mesmo assim, Vital manteve-se no páreo até o fim e o PMDB, mesmo derrotado, acabou dando a vitória a Ricardo Coutinho no segundo turno, como todos sabem.
O PSB está pronto para receber o novo filiado. Como disse o deputado Gervasio Maia, presidente da Assembleia Legislativa, que percorreu o mesmo caminho que Veneziano mira, “as portas estão sempre abertas” para receber ex-peemedebistas. Abertas, não, escancaradas.